Decisões técnicas para startups: Como Transformei um Problema em Solução com Tecnologia

5 minutos de leitura - 15 de janeiro de 2025

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês?

Recentemente, passei por uma situação problemática e percebi que a causa principal foi a ausência de uma boa aplicação tecnológica para apoiar e evitar o ocorrido. Em meio à dor de cabeça, veio à minha mente a clássica pergunta: “E se?”. Naquele momento, comecei a estudar formas de resolver o problema com tecnologia e investigar se já existia alguma solução pronta. Para minha surpresa, não havia nada consolidado para resolvê-lo. Foi aí que decidi elaborar uma solução e documentar esse processo para ajudar outras pessoas que possam enfrentar desafios semelhantes.

Neste artigo, não explicarei exatamente qual foi o meu problema, para evitar concorrência prematura, mas usarei outros exemplos para ilustrar o que estou fazendo.

Começando pelo Começo: Qual Problema Você Quer Resolver?

Outro dia, estava assistindo ao programa Pequenas Empresas & Grandes Negócios, da Globo, e me deparei com a história de um empreendedor cuja origem era parecida com a minha. Ele enfrentou uma dificuldade, sentiu a dor e pensou: “E se?”. Esse empreendedor é o CEO da Tooda, Carlos Ernanny.

Carlos estava na praia quando percebeu a dificuldade que era fazer pedidos nas barraquinhas. Daí surgiu a ideia de criar um app para ajudar os barraqueiros a gerenciar suas vendas. Você pode conferir a história completa neste link.

Esse caso ilustra um ponto importante: ainda existem setores onde a tecnologia é rudimentar ou inexistente, deixando espaço para novos players. Contudo, setores mais óbvios já contam com muitos concorrentes, então é essencial realizar uma pesquisa de mercado para entender onde você pode fazer a diferença.

O MVP que é um MVP de verdade

Antes de mais nada, é crucial definir o que será a sua versão inicial do produto: o Minimum Viable Product (MVP). Ele deve conter o mínimo necessário para resolver o problema identificado. Aqui, é importante não confundir MVP com uma prova de conceito (POC) ou, no outro extremo, com um “Megazord Viable Product”.

Por exemplo, no caso da Tooda, o problema principal era permitir que os clientes realizassem pedidos facilmente. Recursos como pagamento via app, relatórios financeiros e suporte a múltiplas plataformas são valiosos, mas podem ser implementados em versões futuras.

O foco inicial deve estar nas funcionalidades essenciais:

  • Aplicativo web acessível via link
  • Cardápio digital
  • Área do lojista para:

    • Cadastro de itens
    • Acompanhamento de pedidos

Com esse conjunto básico, o produto já pode ser testado com os barraqueiros.

Qual Tecnologia Escolher?

Se você vem de um ambiente onde trabalhou com soluções tecnológicas de alto nível, pode ser difícil abandonar o pensamento em escalabilidade para milhões de usuários. Mas lembre-se: a primeira versão é para dezenas ou centenas de usuários. Use ferramentas gratuitas e foque na segurança.

No meu caso, os dados dos clientes eram extremamente valiosos. Por isso, optei por um banco de dados que oferecesse um plano gratuito e garantisse confiabilidade. Além disso:

  • Dividi o projeto entre frontend em React e backend em PHP, pois era a solução mais confortável para mim.
  • Considerei usar Next.js e Supabase, mas priorizei o que me era familiar.

Para hospedagem, aproveitei:

  • AWS Free Tier para banco de dados e backend
  • Vercel para o frontend
  • Outras opções testadas: Railway para banco de dados e Render para backend.

Para envio de e-mails, escolhi o SendGrid devido a dificuldades que encontrei com o Resend.

Como Precificar?

A precificação é uma das etapas mais desafiadoras. Um preço justo deve levar em conta:

  • Custos de operação: Quanto custa manter o produto funcionando?
  • Tamanho do mercado: Qual o potencial de vendas?
  • Percepção de valor: Quanto o cliente está disposto a pagar?

Se o produto atende a um nicho pequeno com grande valor agregado, a assinatura pode ser mais cara. Já em produtos mais genéricos, que alcançam públicos amplos, o preço tende a ser menor.

Exemplo Prático:

  • Custo mensal do projeto: R$200
  • Capacidade de manter até 10 assinantes com esse custo.
  • Nicho-alvo: 150.000 barraqueiros no Brasil.

Com esses números, é possível cobrar +R$50 mensais, por exemplo. Outra opção seria cobrar por venda realizada ou criar planos baseados no número de itens cadastrados.

O Papel do Líder Técnico em Cada Fase da Empresa

Eu acredito que, para cada fase de uma empresa, um tipo específico de líder técnico funciona melhor. Em startups em fase inicial, um CTO técnico, “mão na massa”, apoiado por um CEO estratégico, focado em objetivos, vendas e na definição do que será o MVP, costuma ser a combinação ideal. Para startups em expansão, a liderança muda: um CTO estratégico, com uma visão mais ampla e apoiado por uma equipe técnica operante e eficiente, tende a trazer melhores resultados. Já para grandes empresas, o perfil ideal é de um CTO experiente e delegador, que confie em uma equipe estratégica e conte com um sólido time operacional para entregar resultados.

O perfil técnico certo no lugar errado pode gerar grandes prejuízos, como queima de caixa, retrabalho ou até mesmo dificultar o desenvolvimento e a autonomia da equipe. Por isso, alinhar as características do líder técnico com o momento da empresa é essencial para garantir crescimento sustentável e eficácia operacional.

Conclusão

Transformar uma ideia em um produto é um processo desafiador, mas altamente gratificante. Comece com um problema claro, crie um MVP funcional, escolha tecnologias que facilitem o desenvolvimento inicial e defina uma estratégia de precificação que faça sentido para o mercado. A pergunta chave: “E se?” pode ser o início de algo grande.

Se você está em busca de inspiração ou ferramentas para começar, compartilhe sua história! Vamos aprender juntos.

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